Teste se você consegue reconhecer microexpressões
Você é capaz de reconhecer microexpressões das emoções básicas?
Serão apresentados 6 vídeos para que você reconheça as microexpressões e indique A MAIS EVIDENTE das emoções básicas (alegria, raiva, medo, surpresa, tristeza e aversão [nojo e desprezo]) que as expressões faciais indicam.
Os vídeos foram acelerados para simular microexpressões. Preste muita atenção!
Ao final do teste você receberá uma avaliação completa sobre suas habilidades e dicas sobre os seus possíveis erros em reconhecer microexpressões.
Macro e Microexpressões
Quando as emoções básicas (alegria, tristeza, raiva, medo, surpresa, e aversão[nojo e desprezo]) ocorrem, existe uma expressão facial típica que a comunica. Essas expressões geralmente duram entre 0,5 a 4 segundos e envolvem todo o rosto (Ekman, 2003).
Chamamos de macroexpressões e são relativamente fáceis de ver se alguém souber as suas características. Microexpressões, no entanto, são resultado de rápidas contrações musculares na face (até 1/30 do segundo). São tão rápidas que se você piscar, não as verá.
As microexpressões revelam as primeiras emoções que sentimos ao entrarmos em contato com algum conteúdo ou situação. Ocorrem tão rápido que a maioria das pessoas não consegue vê-los ou reconhecê-los em tempo real. A ideia de que existem microexpressões tem suas raízes na hipótese de inibição de Darwin (1872), que sugeria que certas ações faciais seriam produzidas involuntariamente.. Pesquisas sobre as bases neuroanatômicas das expressões emocionais sugerem como isso realmente ocorre.
A existência de microexpressões foi verificada quase um século depois de Darwin por Haggard & Isaacs (1966) durante a varredura de filmes de sessões de psicoterapia em câmera lenta. Posteriormente, Ekman e Friesen (1974) demonstraram que as microexpressões ocorreram em sua análise quadro a quadro de entrevistas com pacientes internados com depressão.
Primeiras emoções vs. Verdadeiras
Existe um debate sobre as primeiras emoções e as chamadas de verdadeiras.
Venho explicando que as primeiras emoções, aquelas que são instantâneas e involuntárias, são autênticas, pois refletem as reações imediatas do sistema nervoso autônomo a estímulos emocionais.
As microexpressões, que podem durar apenas uma fração de segundo, capturam essas primeiras respostas emocionais. No entanto, vale ressaltar que essas primeiras emoções não são necessariamente mais “verdadeiras” do que as emoções subsequentes que se desenvolvem e são influenciadas pelo processamento cognitivo.
É importante compreender que as emoções são complexas e multifacetadas. À medida que o cérebro processa informações emocionais, ele pode modificar ou refinar as primeiras respostas emocionais. Em muitos casos, as emoções iniciais são suprimidas ou mascaradas pelo nosso controle consciente.
Além disso, a simulação de emoções, como sorrir por cortesia, é um processo intencional que pode ser influenciado por considerações sociais e culturais, mas isso não significa que as primeiras emoções foram menos autênticas.
Em vez disso, elas podem ser vistas como reações automáticas que podem ou não ser expressas da mesma forma nas emoções subsequentes. Portanto, o debate entre primeiras emoções e emoções subsequentes é um reflexo da complexidade e riqueza da experiência emocional humana.
Automação da Análise Comportamental
A convergência da tecnologia e microexpressões trouxe consigo a capacidade de detectar e analisar essas expressões de maneira automatizada. A análise de vídeo, juntamente com algoritmos avançados, permite que os sistemas identifiquem microexpressões rapidamente, fornecendo informações valiosas em diversas aplicações, como segurança e recrutamento.
♦ DICA
No entanto, essa automação não está isenta de controvérsias e riscos, especialmente sob a perspectiva dos direitos humanos.
Um exemplo notório é o programa SPOT (Screening of Passengers by Observation Techniques) nos Estados Unidos. O SPOT emprega agentes de segurança treinados para observar passageiros em aeroportos e identificar sinais de comportamento suspeito, incluindo microexpressões faciais.
Embora a intenção seja aumentar a segurança, o programa enfrentou críticas significativas devido a preocupações com a precisão das detecções e o potencial para preconceitos. Além disso, há questionamentos sobre como as informações coletadas são utilizadas e se a automação da detecção de microexpressões poderia violar a privacidade e os direitos civis das pessoas.
♦ ATENÇÃO
Portanto, o uso da tecnologia na detecção de microexpressões requer um equilíbrio cuidadoso entre segurança e respeito aos direitos humanos.
Boa leitura e um abraço
Sergio Senna
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Referências
Ekman, P. (2003). Emotions revealed. Nova Iorque: Times Books.
Ekman, P., & Friesen, W. V. (1974). Nonverbal behavior and psychopathology. Em R. J. Friedman & M. Katz (Eds.), The psychology of depression: Contemporary theory and research (pp. 3-31). Washington, D. C.: Winston and Sons.
Darwin, C. (1872). The expression of emotion in man and animals. Nova Iorque: Oxford University Press.
Haggard, E. A., & Isaacs, K. S. (1966). Micro-momentary facial expressions as indicators of ego mechanisms in psychotherapy. In L. A. Gottschalk & A. H. Auerbach (Eds.), Methods of research in psychotherapy (pp. 154-165). Nova Iorque: Appleton-Century-Crofts.
Matsumoto, D. (2009). Common Misconceptions about Microexpressions. Hummiltell.